Ninguém nasce tímido! Timidez não
é uma característica inata. No máximo, existem tendências em ser introvertido; mas
timidez é um estado e um comportamento construído.
E pode ser interessante entender
melhor a timidez para que ela não se torne um obstáculo em nossas vidas e
principalmente, para ser uma fonte de autoconhecimento capaz de nos fazer
relembrar nosso valor.
Por trás de toda timidez, existe
uma idéia próxima de “ não sou bom o suficiente” e um medo do julgamento,
crítica e rejeição.
O primeiro passo talvez seja
entender que ninguém É tímido, mas que todos FICAMOS tímidos algumas vezes,
variando a intensidade ou frequência com que isso acontece e o quanto isso
influencia nossas vidas.
Muitas vezes assume-se esse
rótulo e esse passa a ser parte da identidade de alguém, reforçando o
comportamento.
Mas o fato é que todos podemos
nos beneficiar em refletir sobre timidez.
É saudável e natural querermos
ser aceitos, amados, reconhecidos e valorizados. O ser humano tem a necessidade
de sentir-se conectado e sentir-se parte.
Mas quando nos sentimos de alguma
forma vulneráveis e a resposta a esse sentimento é a timidez, caímos na
armadilha de: querendo a aceitação do outro, não nos aceitar. Por medo de
sermos rejeitados, rejeitarmos a nós mesmos primeiro. Por receio de sermos
criticados, criticarmos duramente a nós mesmos.
Vulnerabilidade é geralmente associada
à fraqueza e a timidez é um comportamento de fuga da constatação de que somos
imperfeitos. Nesse sentido, podemos associar a timidez à orgulho, vaidade e
melindre: necessidades de se mostrar perfeito.
E com isso nos distanciamos do
desejo inicial que é nos sentirmos conectados. Pois é justamente a aceitação de
nossa vulnerabilidade que nos faz humildes o suficiente para oferecer nossas imperfeições
nos relacionamentos e aceitar as imperfeições dos outros. É o que nos conecta verdadeiramente.
Nosso valor existe além das
imperfeições; e relembrar disso pode ser um caminho para aprender com a
timidez. Nosso valor não está na perfeição, mas em sermos únicos. Nosso valor
não está em não errar, mas no processo de construção momento a momento que a
vulnerabilidade nos permite.
Um abraço, Rachel Coelho de
Castro.
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