terça-feira, 4 de dezembro de 2018

" O QUE NÃO GOSTO EM TI, CORRIJO EM MIM." Reflexões sobre a prática da tolerância.


Empatia é bem diferente de simpatia. Assim como intolerância é bem diferente de impaciência.
Parece importante esclarecer essas diferenças para pensar nas possibilidades de agir e sentir diante das adversidades da vida e ser tolerante.
Simpatia diz de afinidade.
Empatia diz de compreensão, apesar de não ter afinidade; pelo menos à princípio.
Impaciência diz de se incomodar com algo.
Intolerância diz de agir com desrespeito ao que te incomoda.
Diante de pessoas e situações, simpatizamos quando temos afinidades comuns. Fácil e natural.
Diante de pessoas e situações, empatizamos quando não temos afinidade nenhuma com aquilo, mas procuramos sinceramente compreender o ponto de vista do outro e aceitamos a pessoa ou situação como elas se apresentam. Damos espaço.
Impaciência já diz de quando não compreendemos ou não aceitamos e portanto, nos incomodamos.E já digo logo por aqui: Os incomodados que se mudem! Já dizia a sabedoria popular.
Porque o próximo grau será a intolerância.
Intolerância é quando agimos de acordo à nossa falta de aceitação e compreensão. E agir envolve expressar deboche, crítica, julgamento negativo, grito, reclamação ou palavras e atitudes que demonstrem indignação, repulsa, raiva, frustração, decepção, mágoa, etc.... tudo isso se engloba no conceito de intolerância.
E isso não necessariamente tem que ser ruím. Depende.
Ser intolerante não é bom, mas admitir que não gostamos de algo pode ser o ponto de partida para inspirar a mudança em nós, e a partir de nós, inspirar também uma possível mudança nos outros ou em situações.
Adepta ao exercício: “O que não gosto em ti, corrijo em mim”; percebo o quanto todos nós somos bem mais intolerantes do que por vezes gostaríamos de admitir. 
Somos tolerantes apenas quando somos capazes de ser empáticos e pacientes com pessoas e situações que nos incomodam, frustram, decepcionam, magoam, fazem raiva, irritam, constrangem, etc...Somos tolerantes quando nos incomodamos e resolvemos mudar a nós mesmos, sem querer mudar o outro.
Somos tolerantes quando nos incomodamos com uma situação e decidimos mudar a interpretação que fazemos da situação, sem necessariamente insistir em mudar a situação.
É dar a outra face.
E não de um lugar de submissão ou acomodação, mas de um lugar... de amor.


quinta-feira, 29 de novembro de 2018

3 DICAS PARA CONDUZIR REUNIÕES PRODUTIVAS

As reuniões são momentos ricos e produtivos quando bem conduzidas.
Portanto, tenha em mente essas 3 dicas simples, que farão toda a diferença!

1) No início da reunião diga claramente o objetivo desta 

       Mesmo quando você acreditar que todos já sabem o motivo da reunião, reforce os objetivos desta no início para situar a todos, não só do tema que será tratado, mas principalmente do resultado que a reunião quer atingir. Todos devem saber o que ao final da reunião o grupo deve ter realizado.
      Pode ser interessante também, se possível, antecipar o assunto para que as pessoas se preparem melhor para colaborar na reunião.

2) Diga quais os benefícios e vantagens desta reunião para o grupo

      Especifique como a reunião pode beneficiar a cada um e lembre-se de dizer também o que o grupo pode evitar. Alguns se motivam pelo que podem ganhar com a reunião e outros se motivam por aquilo que podem evitar perder.
      Mesmo que o benefício maior da reunião seja para a empresa( ou instituição), contextualize de forma a especificar as possíveis vantagens individuais para cada um dos participantes da reunião.

3) Deixe clara a responsabilidade de cada participante na reunião

      Independente do tema ou assunto da reunião, deve-se saber exatamente o que se espera dos participantes. Isso evita aqueles que apenas observam e que geralmente criticam o que está sendo feito. 
      A clareza da responsabilidade individual e coletiva favorece o clima, o engajamento e o foco para possíveis soluções e bom andamento da reunião. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

POR ONDE COMEÇAR


“Quando eu era jovem e livre, sonhava em mudar o mundo”.
Na maturidade descobri que o mundo não mudaria, então resolvi transformar meu país.
Depois de algum esforço, terminei por entender que isto também era impossível.
No final de meus anos, procurei mudar minha família, mas eles continuaram a ser como eram.
Agora, no leito de morte, descubro que minha missão teria sido mudar a mim mesmo.
Se tivesse feito isto, eu seria capaz de transformar minha família. Então com um pouco de sorte, esta mudança afetaria meu país e – quem sabe – o mundo inteiro.”

Epitáfio de um Bispo Anglicano

sexta-feira, 28 de julho de 2017

TRANSFORMANDO CRENÇAS PARA EXPANDIR PERSPECTIVAS



Você já se pegou fazendo críticas como: “Ele (a) está querendo aparecer! ”; “Fulano (a) está se achando! ” ou “Ciclano(a) é muito exibido(a)!” ???
Pois saiba que críticas como essas podem indicar crenças que podem te sabotar.
Essa semana uma cliente do processo de coaching em comunicação percebeu que um de seus valores mais fortes é a humildade. E quando refletimos mais profundamente sobre os comportamentos que evidenciam a humildade na percepção dela, acabou se dando conta de que aprendeu que ser humilde significa não se exibir, não querer aparecer e não demonstrar apreciação por si mesma! Inclusive percebeu como se incomoda ao receber um elogio, procurando sempre justificativas que diminuam o valor deste. Então se alguém diz que seu cabelo está bonito, por exemplo, ela logo arruma alguma forma de dizer que não é tão bonito assim e que está ressecado ou que está precisando cortar, etc...
E a partir disso, continuamos aprofundando nas questões relacionadas ao seu receio em se expor para falar em reuniões (motivo pelo qual procurou o processo de coaching).  Ao mesmo tempo que ela diz que quer muito falar com segurança e clareza nas reuniões, percebeu que por outro lado, sente como se estivesse querendo aparecer; o que a impede de assim fazer.
“ Me colocar em evidência e falar com segurança pode parecer que estou querendo aparecer, me exibir...que estou me achando! “ Palavras dela.
Questionei o que significava para ela alguém “ se achar”, e ela disse que se trata de pessoas que acreditam que são melhores que as outras.
Sugeri então refletirmos mais sobre os motivos que ela disse ter para falar bem nas reuniões e ela reforçou o que já havia dito: que falando bem nas reuniões poderá contribuir com idéias que acredita que podem ajudar a empresa na qual trabalha, assim como colaborar mais com os colegas.
E então questionei: “ Podemos dizer que para poder contribuir mais, suas idéias precisam aparecer (ser expostas) nas reuniões e que para que os colegas possam aproveitar essas idéias, você deverá exibi-las (demonstrá-las)?”
Ela: Sim, é verdade.
Eu: E ainda podemos dizer que suas idéias poderão ser valiosas para a empresa e colegas e que isso demonstra que você se importa com eles e quer ajudar?
Ela: Sim.
Eu: E vendo por essa perspectiva, você pode afirmar que as pessoas vão avaliar você como alguém exibida, aparecida ou que que “se acha”?  
Ela: Não... não posso ter certeza.
E concluiu dizendo: A verdade é que vendo por essa perspectiva não importa o que as pessoas podem pensar, porque o importante é saber por que vale a pena me exibir e aparecer; porque isso demonstra que me importo e que quero colaborar da melhor forma possível com todos.
E sabe o que aconteceu? Ela está falando cada vez melhor e sendo elogiada por todos. E sabe o que mais?  Ela agora recebe os elogios com alegria porque entendeu que ser humilde é expor suas idéias e a si mesmo sem medo de ser mal interpretada, pois há um objetivo que vale a pena pra ela.
Espero que possa te inspirar. Com carinho, Rachel.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

COMUNICAÇÃO PAIS E FILHOS



Esse texto foi inspirado no amor. E no desafio da comunicação pais e filhos.
Descobri que amor é muito mais que um sentimento... é um conjunto de atitudes amorosas. Porque amar sem demonstrar esse amor, é como um tesouro perdido no fundo do mar... sem muito valor!
E uma atitude poderosa de amor é a comunicação consciente e responsável que estabelecemos com nossos filhos. E essa comunicação acontece bem além das palavras, mas principalmente por um conjunto de atitudes amorosas de cuidado e atenção.
Ainda na gestação, podemos começar a conversar com nossos filhos, e no quinto mês de gravidez, sabe-se que o bebê pode escutar nossa voz.
Depois que o bebê nasce, a comunicação acontecerá de muitas formas diferentes: pelo cheiro, pelo toque, pelo olhar, pela alimentação ... e assim vamos construindo a comunicação e a relação com nossos filhos.
Eles influenciam (e bagunçam) nossa rotina, assim como também vão aprendendo sobre a rotina da família. E essa rotina organizada (e outras vezes nem tanto) de cuidados com o bebê, já comunica para ele que este é um ambiente seguro para se desenvolver.
Hábitos de higiene, alimentação e sono também vão comunicando valores e criando conexões neurológicas básicas do comportamento.
Depois, a partir do desenvolvimento da linguagem falada, vamos nos comunicando também pelas palavras. E queremos tanto que nossos filhos nos escutem !!!!
Temos agora a responsabilidade e o desafio de ensinar, mas por vezes esquecemos que para ensinar é preciso primeiro aprender. Porque nós, mães e pais, também estamos em processo de construção e não temos todas as respostas. Somos a referência de nossos filhos, mas não somos perfeitos.
E se você, como eu, se pega muitas vezes brigando com seus filhos para que eles te escutem...parem e reflitam comigo! Para ensinar é preciso aprender, assim como para ser escutado é primeiro antes de tudo escutar atenta e verdadeiramente.
Queremos ser aceitos e respeitados por nossos filhos!? Comecemos a aceitar nossos filhos exatamente como eles são: com seus defeitos, dificuldades, erros, etc... E mais... que possamos não só aceitar, mas agradecer por eles serem exatamente como são! Só assim poderemos ter algum poder de influência sobre eles.
E sabe...é disso que se trata o amor afinal... um relacionamento de troca! Na melhor das intenções, acreditamos equivocadamente que devemos orientar nossos filhos, mas esquecemos que é através do olhar atento à eles, ou seja, da orientação que eles próprios nos dão, é que poderemos nos aproximar para construir e escolher juntos o caminho e o caminhar.
As crianças falam mais por comportamentos do que por palavras, e saber ouvi-las envolve buscar compreender as necessidades por trás dos comportamentos que a criança apresenta, envolve compreender!
Que estejamos mais atentos e interessados em seus comportamentos (e o que eles representam e querem dizer) e menos preocupados em ditar regras e orientações para moldar este comportamento. E essa será sempre a forma mais assertiva de comunicação: primeiro ouvir, primeiro aprender, primeiro aceitar, primeiro respeitar, primeiro compreender!
Com carinho, Rachel.


sexta-feira, 7 de julho de 2017

EU NÃO SOU VOCÊ, VOCÊ NÃO É EU



Mais um texto dos que me acompanham a muitos anos em meu processo de aprender e ensinar comunicação de qualidade. Faz lembrar o quanto somos espelhos uns dos outros e inspira a construção do melhor que há em nós de forma consciente em nossas relações. De Madalena Freire.

Eu não sou você
Você não é eu
Mas sei muito de mim
Vivendo com você.
E você, sabe muito de você vivendo comigo?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas encontrei comigo e me vi
Enquanto olhava pra você
Na sua, minha, insegurança
Na sua, minha, desconfiança
Na sua, minha, competição
Na sua, minha, birra birra infantil
Na sua, minha, omissão
Na sua, minha, firmeza
Na sua, minha, impaciência
Na sua, minha, prepotência
Na sua, minha, fragilidade doce
Na sua, minha, mudez aterrorizada
E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas foi vivendo minha solidão que conversei
Com você, e você conversou comigo na sua solidão
Ou fugiu dela, de mim e de você?
Eu não sou você
Você não é eu
Mas sou mais eu, quando consigo
Lhe ver, porque você me reflete
No que eu ainda sou
No que já sou e
No que quero vir a ser…
Eu não sou você
Você não é eu
Mas somos um grupo, enquanto
Somos capazes de, diferenciadamente,
Eu ser eu, vivendo com você e
Você ser você, vivendo comigo.