Quem já foi meu aluno provavelmente conhece esse texto. Sou apaixonada pelo livro e recomendo muito a leitura. Tomara que ele possa te inspirar tanto quanto me inspira a me reconectar comigo mesma.
Com carinho, Rachel Coelho de Castro.
Seu corpo, essa casa onde você mora.
Neste
instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome.Você é o único
proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só
vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas mais
recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.
"Se
as paredes ouvissem...". Na casa que é o seu corpo, elas ouvem. As paredes
que tudo ouviram e nada esqueceram são os músculos. Na rigidez, crispação,
fraqueza e dores dos músculos das costas, pescoço, diafragma, coração e também
do rosto e do sexo, está escrita toda a sua história, do nascimento até hoje.
Sem
perceber, desde os primeiros meses de vida, você reagiu a pressões familiares,
sociais e morais. "Ande assim! Não se mexa! Tire a mão daí! Fique quieto!
Faça alguma coisa! Vá depressa! Onde você vai com tanta pressa...?"
Atrapalhado, você dobrou-se como pôde. Para conformar-se, você se deformou. Seu
corpo de verdade - harmonioso, dinâmico e feliz por natureza - foi sendo
substituído por um corpo estranho que você aceita com dificuldade, que no fundo
você rejeita.
É a vida, diz você; não há outa saída. Respondo-lhe que você pode fazer algo para mudar e que só você pode fazer isso. Não é tarde demais. Nunca é tarde demais. Nunca é tarde demais para liberar-se da programação de seu passado, para assumir o próprio corpo, para descobrir possibilidades até então inéditas.
Ser é nascer continuamente. Mas quantos deixam-se morrer pouco a pouco, enquanto vão se integrando perfeitamente às estruturas da vida contemporânea, até perderem a vida, pois que se perdem de vista?
Saúde, bem-estar, segurança, prazeres, deixamos tudo a cargo dos médicos, psiquiatras, arquitetos, políticos, patrões, maridos, mulheres, amantes, filhos,... Confiamos a responsabilidade de nossa vida, de nosso corpo, aos outros, por vezes aqueles que não desejam essa responsabilidade.
É a vida, diz você; não há outa saída. Respondo-lhe que você pode fazer algo para mudar e que só você pode fazer isso. Não é tarde demais. Nunca é tarde demais. Nunca é tarde demais para liberar-se da programação de seu passado, para assumir o próprio corpo, para descobrir possibilidades até então inéditas.
Ser é nascer continuamente. Mas quantos deixam-se morrer pouco a pouco, enquanto vão se integrando perfeitamente às estruturas da vida contemporânea, até perderem a vida, pois que se perdem de vista?
Saúde, bem-estar, segurança, prazeres, deixamos tudo a cargo dos médicos, psiquiatras, arquitetos, políticos, patrões, maridos, mulheres, amantes, filhos,... Confiamos a responsabilidade de nossa vida, de nosso corpo, aos outros, por vezes aqueles que não desejam essa responsabilidade.
Quando renunciamos a autonomia, abdicamos de nossa
soberania individual. Passamos a pertencer aos poderes, aos seres que nos
recuperaram. Se reivindicamos tanto a liberdade é porque nos sentimos escravos;
e os mais lúcidos reconhecem ser escravos-cúmplices. Mas como poderia ser de
outro jeito, se não chegamos a ser donos nem de nossa primeira casa que é o
corpo?
Você pode, no entanto, reencontrar as chaves do seu corpo, tomar posse dele, habitá-lo enfim e nele encontrar a vitalidade, saúde e autonomia que lhe são próprias.
Nosso corpo somos nós!
Em qualquer idade, você pode livrar-se das pressões que cercaram sua vida interior e seu comportamento corporal, conseguindo perceber o ser belo, bem feito, autêntico, que você deve ser.
Texto
extraído do livro "O Corpo Tem Suas Razões" de Thérese Bertherat.Você pode, no entanto, reencontrar as chaves do seu corpo, tomar posse dele, habitá-lo enfim e nele encontrar a vitalidade, saúde e autonomia que lhe são próprias.
Nosso corpo somos nós!
Em qualquer idade, você pode livrar-se das pressões que cercaram sua vida interior e seu comportamento corporal, conseguindo perceber o ser belo, bem feito, autêntico, que você deve ser.
Um beijo, Rachel.
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